Processo

Na busca de respostas para toda história envolvendo rombos financeiros da Soy Rebelde Tour, alguns fãs conseguiram o acesso ao contrato firmado para a realização dos shows. O Perfil @SupportAny expôs no X (antigo twitter) os documentos assinados por Anahi, Christian, Dulce, Maite e Christopher e Guillermo Rosas no dia 22 de novembro de 2022 e o processo completo, feito no dia 04 de junho, contra Rosas, bem como a carta em que o ex-manager do RBD pede sua demissão no meio da turnê. Os documentos estão disponíveis para consulta em uma plataforma jurídica dos Estados Unidos mediante pagamento de taxa.

Da assinatura de contrato da “Soy Rebelde Tour” até o processo contra o Guillermo Rosas — uma thread com base em documentos oficiais. pic.twitter.com/BDi3iE4T80

— Support Anahí (@SupportAny) June 16, 2024

Cláusulas do contrato

O contrato, redigido em inglês, prevê algumas cláusulas que definiriam os rumos da tour. O acordo inicial previa a realização de 28 shows distribuídos entre os Estados Unidos, Brasil e México. Cada artista do RBD receberia uma garantia de $1,400,000 USD para a realização dos shows. Além dessa quantia, todo o lucro líquido da turnê seria dividido em seis partes iguais, com cada um dos cinco artistas e a T6H recebendo 16.66% dos valores. Confira outras cláusulas estipuladas:

• O contrato estipula que, caso um show fosse cancelado devido a doença, acidente ou incapacidade de algum integrante, ou por problemas nos meios de transporte, as partes envolvidas poderiam concordar mutuamente em reagendar o evento, mediante um acordo escrito separado.
• Nenhum outro artista poderia ser incluído nas apresentações sem a aprovação mútua das partes do contrato. Esta cláusula garantiria que o foco permanecesse exclusivamente nos membros do RBD durante toda a turnê.
• Durante o período da turnê, os integrantes do RBD estavam proibidos de realizar apresentações solos.
• O contrato assegurava que todos os integrantes fossem tratados igualmente em todas as propagandas e teriam o mesmo tempo de palco.
• Os integrantes do RBD assinaram o contrato como contratados independentes, e não como funcionários. Esta distinção seria importante para a estrutura de pagamento e responsabilidades fiscais.
• Uma cláusula assegurava a proibição do uso de qualquer substância ilícita nos locais dos shows.
• A turnê contaria com um único cabeleireiro para as artistas femininas, escolhido de forma consensual. Caso não houvesse acordo, seria contratada uma pessoa extra para cada artista, sendo os custos adicionais de responsabilidade das próprias artistas. Anahí, Maite e Dulce tiveram um assistente pessoal para cada uma.
• Inicialmente, o show no Rio de Janeiro estava previsto para acontecer no Parque Olímpico no dia 12 de novembro. Como sabemos, o show foi transferido para o Engenhão.

Saída de Guillermo Rosas

Logo após o término dos shows nos Estados Unidos, Guillermo Rosas pediu demissão de seu cargo como manager da turnê e de sua sociedade na Souls Productions. Ele assinou uma carta de demissão no dia 03 de novembro de 2024, também exposta e que está anexa ao processo. Nessa data, o RBD ainda teria 24 shows pela frente no Brasil, México e Colômbia.

Informações do processo

O processo criado pelos integrantes do RBD contra a T6H e Rosas descreve como causa principal do trâmite quebra de acordo escrito, quebra de aliança e boa fé, e quebra do dever fiduciário. Guillermo utilizava o nome de “T6H Entertainment” era uma espécie de “alter ego” que servia para que ele mesmo pudesse movimentar recursos pessoais e corporativos. A quebra do contrato com o pedido de demissão de Rosas geraria uma grande dor de cabeça ao grupo, pois, em contrato, a T6H era responsável por toda a logística, produção e organização da turnê. Isso significa que o RBD e a Live Nation passaria a assumir esses valores e cargos dali para frente. Além disso, os pagamentos da turnê que seriam repassados aos artistas por Guillermo pararam após a sua saída. Contabilizando todos os prejuízos, acredita-se que os danos financeiros podem ser superiores à $ 10.000.000,00.

O processo está correndo e, por razões burocráticas, deve demorar a mostrar resultados, bem como a auditoria financeira da Turnê.